domingo, setembro 23, 2018

DOMINICAL

O domingo, o dia com gosto de pão de queijo
Geleia velha de que fruta? Ninguém sabia ou lembrava.
O domingo tinha cheiro de campo aberto e poeira da estrada, tinha gosto de café,
tinha mancha de molho nas camisas,
a TV tinha duas cores, preto e branco,
 mazzaropi era rei dos domingos.

A retina única que me refletia,
Os cães com cheiro de carniça da estrada, os cães mais fedidos e alegres
O cheiro logo sumia, a alegria multiplicava,
A poltrona do amigo emprestada todo final de almoço
O domingo tinha cheiro de abraço.

Agora eu ouço mazzaropi cantando
A TV cheia de cores  não toca caboclo
O perfume caro não tem paixão
E cada gota de sangue que carreguei no peito morreu,
Renasceu como água do mar, de uma retina que perdi, duas inundam sem secar.
O domingo sumiu do meu calendário.


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