Preciso sair
daqui
Essa cidade
na qual meu espírito e meu corpo padecem
Onde cada
canteiro tem menos bitucas de cigarro que sonhos murchos
Preciso sair
dessa cidade
Preciso recomeçar
Preciso enxugar
esse rosto, preciso da minha velha força de volta
Preciso voltar
a correr, largar as bengalas pra trás
Preciso sair
dessa cidade
Preciso expurgar
tanto
Preciso por
tudo pra fora, preciso ser mais preciso
Preciso, e
como preciso, e nunca consigo
Preciso desistir
de desistir
Preciso seguir
em frente e colocar o para brisas pra funcionar, tirar a sujeira
Sujeira que
se pega no caminho e tapa a visão do que vem
Preciso de
mim
Mais do que
de você
Preciso matar
aqueles anos, em prol do ano que vem.
Feliz ano
novo, feliz ano novo, feliz
Preciso sair
dessa cidade pra ser feliz
Feliz ano
novo, a tristeza daqueles anos é minha única herança campineira
Feliz o ano que é novo
A tristeza
é ainda a mesma.
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