quarta-feira, outubro 15, 2014

Como nascem os Gnomos?

"Nas arvores ocas com seu riso risonho
com pés esguios de fim redondo
toca pontuda e barba longa
o homenzinho de vermelho sempre apronta"



Gnomos, goblins e duendes são criaturas fantásticas, fadas também, mas desta vez não iremos invoca-las e, estou certo de que, sem sombra de duvida, há um numero nada razoável de historias para usas origens.
Bem, essa é apenas uma delas.

O mundo é realmente grande, imenso se falarmos em passos de ratos, mas sabemos que os ratos correm bem e esse conto não é deles. Mas mesmo ratos tem suas tocas, e os grandes e temíveis humanos também.
 Com suas grandes maquinas construções e manias, eles ainda não aprenderam a nobre arte dos caracóis que simplificam tudo levando suas casas consigo lentos e vagarosos como sempre, mas pense bem, onde que estejam lá estarão em seu lar, e isso ao fim de cada dia é o melhor que se pode desejar.
Os caracóis costumam arrumar muito bem seus lares, abajur ali, limpos daqui, aquele prato deve ser lavado! Mas é porque amam o seu lar, e ainda mais as coisas que nele estão e, estou certo que em sua casa existe algo de que você goste.
Às vezes algo é tão especial que vaga de geração em geração na mesma família, mas até aí uma cadeira, mesa, guarda-roupas talheres, essas coisas, passam às vezes de pai pra filho, de avós para seu netos, e às vezes até entre vizinhos dados em boa amizade. Essas coisas, esses objetos, são especiais. E não o digo como que relator piegas, estas coisas realmente se tornam especiais.
Nunca parou para reparar nos sons no telhado de sua casa, sempre atirados num gato do vizinho que se tornou bode expiatória por conta de um vaso ou copo quebrados a noite? E os sons que vem vez e outra das paredes, sim delas, encoste agora uma de suas orelhas na parede, você vai escutar algo, vezes talvez o gato não seja um pobre coitado, mas tudo isso tem a depender, primeiro nas luas enfrentadas pela casa e os objetos, depois é claro, da índole do bichano.

Mas sem mais delongar, alongar e outras palavras gostosas de pronunciar para vos entreter um pouco mais de tempo, direi meu relato simples logo e com certo contento.
É sabido que as coisas que amamos perduram muito tempo em família como já explicado, e até mesmo o lar vez outra, permanece sob um mesmo sobrenome. Mas a magia além do carinho a tais coisas inanimadas, é que o amor poderoso ser que é, empresta seu folego aos mortais, nas pontas dos dedos e soprar ao falar e, assim pouco a pouco este folego deixa o ser presenteado e passa como num piscar de olhos as coisas que amamos, as inanimadas roubam ainda mais deste sopro.
Pergunta-se agora como isso pode ser como ser despercebido, tal transferência de amor e fôlegos e vida, pois é isso que é o folego de amor, entre os amantes e os tais inanimados amados, sem que nunca tenha se visto bem, eu relatei piscar de olhos, mas somente olhos de crianças e claro, os olhos de gato.
É de conhecimento geral que toda criança possui parte gato em si, pois é daí que saem as artes e traquinagens. Tempos antes apenas os felinos aprontavam, mas o senhor das criaturas viu que não era bom deixar aos gatos toda essa energia, e os homens que já nasciam e, em poucas semanas eram adultos feitos, passaram com a energia dos felinos a ter infância, cá entre nós uma das melhores invenções DELE, e ao crescer essa energia fica guardada para outo homenzinho vir e ser criança. E os gatos antes de botas e sobre duas patas, agora andam em quatro, mas desafiam sempre as ordens da criação com seu jeito, e é por isso que eles caem de pé.
Agora que meu nobre leitor já sabe como ver a magia acontecendo, advertindo-o que ao crescer muito que é aprendido é esquecido, digo o que tal maravilha faz.
As crianças, os bebês nascem de folego, vida, amor. Podem até contar a tola história envolvendo falácias da biologia, mas nós não somos tolos de cair nessa somos? Eu não! Quando dois iguais trocam folego e vida, outra vida está sempre prestes a ser dada, e é daí que vêm os bebês.
É sem dúvida nenhuma, muito rápido dar vida a bebês, eles são pequenos, leves e nascem jovens. Mas e a gnomos?
Gnomos meu nobre amigo, levam vezes, mais de uma vida inteira de homem para nascer, e é por isso que nascem com barba, roupa feita e pés calçados, ninguém precisa ensinar um gnomo a se calçar, ou a dar nó nos cadarços, eles nascem espertos, sabem que cadarços são invenção de algum homem de pé feio e mau gostoso com a vida.
Lembra que eu relatei que você dá folego e vida as coisas que ama? Sim, você é esperto, você lembra! Disse também que só é rápido dar vida entre dois iguais, mais ainda não disse como nascem os gnomos, ou disse, mas não disse como, ou vice-e-versa, particularmente quem conhece muitos gnomos como eu tem sua mente embaralhada volta e meia.
Aquela magia que você dá ao que ama, se prende as paredes e aos móveis que você gosta, mas só aos que você mais gosta. Eles juntam seu amor aos pouquinhos, e em trinta anos mais ou menos, se você derrubar uma parede no lugar errado, vai machucar uma perna solitária, do tamanho do seu pé geralmente, por isso cuidado com reformas na casa velha. Em quarenta e sete, duas pernas e uma barriga, sem cabeça, mas se você fizer cocegas irá ouvir rizadas. Em setenta um pequenino homenzinho triste, e em oitenta um gnomo feito, com sua barba, pois é sabido que não há gnomos sem barba.
Mas tudo dito até agora só será assim, se a casa ficar sob o mesmo sobrenome nestes oitenta anos, senão toda a vez que os donos mudarem de nome, ou mudarem os donos, o pobrezinho volta de onde vem todo ser vivo.
Existe, entretanto a forma mais eficaz de encontrar um gnomo, geralmente, quando um móvel pertence a uma mesma família, e neste acaso independe o sobrenome, por mais de cem anos, um gnomo nasce lá. Ao contrário do gnomo da casa, que nasce para guardar e ajudar, os gnomos dos moveis são espertinhos, sempre engraçados, mas fique de aviso, suas chaves vão sumir, suas meias vão se misturar e seu cabelo vai estar lambido todas as manhãs, mania deles, eu já me acostumei.
É muito fácil saber quem são os de casa, e quais os traquinas de moveis. Os de gorro azul são de casa, e os de gorro vermelho dos moveis. Não se sabe ainda não porque disso, um deles me disse que era por que sim. Bem, eu não acreditei, ele tinha um gorro vermelho.
Devo avisa-lo meu amado amigo, que existem, e isso não me incomoda muito, mais vermelhos que azuis.

Isso se dá por que é sabido, que uma vez nascido de casa ou móvel, o gnomo só se manifesta a mentes de crianças, ou homens muito, mas muito velhos. E neste caso, sem saber do nosso amiguinho, os moveis e casas são trocados, quebrados ou até jogados fora. E é por isso que tem tantos deles dormindo nas raízes dos cogumelos nos campos.

E não se engane, eles adoram pregar peças. Geralmente ficam brincando de estatua durante horas nos jardins, só pra mudar de lugar de repente e confundir o dono do jardim, e quando se fala em brincar de estatua, quem pode com um gnomo?

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