terça-feira, maio 26, 2015

A doce abreviação

Logo em clímax chegara ao fim
Com doces palavras de mel
Para bocas amargas ler

Não se turbe vosso peito em chorar
Mas chore o leitor sempre que precisar
Pois as cartas e as poesias têm seu tempo
De ler e escrever
De rir e prantear

Há textos breves que são prosas
E muitas poesias de longas folhas
Estas nos agradam a vista
As outras águam-nos a vida

Mas não te perturbes em ler e chorar
Pois a carta fora escrita torta e devagar
E as linhas aconchegantes receberam vírgulas
E o ponto final que chega sempre é de bom grado

O poema escrito pelo grande autor
Vendido barato ou de graça dado
Traz parênteses e hífens
Mas é de mui agrado

Mas não te preocupes em compreender
As palavras difíceis que lhes imputar
Saiba que há tinta o suficiente
Para o autor terminar


Há também as folhas rasgadas
Que embrulhadas são
Amassadas foram
Pisoteadas então

Podes então se turbar por estas
Tinta fresca que borra
Carta bem escrita e jogada fora
Não aceitou nenhuma interrogação

Mas quando leres então alguma coisa
Veja bem antes de se turbar
De chorar
Prantear
Pois bem escrita em seu tempo está

Livro doce e selado
Livro bom com ele está
Há tempo para rir
O tempo de chorar

E se te preocupares com aquele personagem
Que julga ter sido abreviado
Veja bem se houve um ponto final
Amou e foi muito amado
Pois esta é história do luto
Um herói injustiçado
Recebe todas as lágrimas

Ao te lembrar quanto alguém foi amado.

2 comentários: